sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O Que Eu Quero

Sim. O que eu quero? Quero muitas coisas, mas com certeza a mais importante delas é que quero ser feliz.
Quero amar e ser amada como se fosse pra sempre.
Quero cuidar do meu filho, dar todo o amor que tenho guardado. Quero vê-lo acima de tudo muito feliz.
Quero me entender com o meu pai, conversar com ele.
Quero morar sozinha, independente!!!
Quero pagar minhas contas e andar de cabeça erguida!
Quer sair dessa cidade, mudar. Respirar novos ares!
Quero ter tempo pra fazer as coisas boas da vida, assistir TV, ler um bom livro, rolar na cama com meu filhote e fazer muito, muito sexo “with Love”.
Quero viajar, conhecer outros povos, outras culturas.
Quero fazer compras. Quero comprar um tantão de coisinhas inúteis e sedutoras.
Quero falar não pro que me aborrece e sim pro que me dá prazer.
Quero retrucar bem alto quando falarem mal de mim.
Posso trabalhar, mas quero que isso seja inexoravelmente um TESÃO.
Quero sentir menos culpa por não querer tudo igual a todos.
Quero ter férias, 13º, INSS, FGTS.
Quero ler e descobrir sobre coisas que ainda não sei. Quero ouvir canções que nunca escutei.
Falar com pessoas que nunca falei. Quero ir pra Sampa, Cuba, Nepal, México e até Islândia.
Quero um balde de açaí, uma caixa de bombons só minha, um travesseiro e um filme pra ver.
Quero tudo isso e muito mais. Quero coisas que posso e não posso ter. Mas não quero perder essa mania de amar, amar você.
Quero a paz da inquietude, mas quero também ficar quieta pensando no que vou querer amanhã.
Enfim, quero, quero e quero. É o desejo rondando, batendo a porta, saindo pra fora pelo poros, pela carne, pela boca, pelo olhos e mais uma vez escorrendo pelas mãos da gente.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Leitor (das entrelinhas)

Recentemente assisti ao filme "O Leitor". Quem já assistiu há de concordar, é um bom filme. Mas o que mais me chamou a atenção, foi o fato de mais uma vez, o cinema americano trazer a tona o tema do Holocausto. Evidência é: o assunto vende! E muito! Os motivos parecem ser óbvios, pois a comoção social da matança nazista é tida como a pior entre as piores coisas que já aconteceram em toda a história da humanidade. Se não foi a pior, com certeza é a mais lembrada. Coincidência? Filmes como "O Leitor", "A Vida é Bela", "O Pianista", entre outros, são lançados todos os anos (são muitos, quem é cinéfilo sabe), contando sempre a mesma e velha história, relembrando, dramatizando e comovendo-nos mais e mais, alimentando incessantemente a nossa pena e ao mesmo tempo nosso ódio. O que pouca gente sabe (talvez não tão pouca), é que o povo judeu é o mais rico do mundo. E mais, é o único povo que recebe uma indenização pelo genocídio, na intenção de "aliviar" a dor do massacre feito pelas nações participantes da Segunda Guerra Mundial.
Muita gente deve estar pensando que se trata de mais um texto de um louco neo-nazista ou de um desses caras que querem achar montagens nas fotos da guerra para afirmar que o holocausto não existiu. Longe de mim cair nessa empreitada. Não sou historiador e nem adorador de Adolf Hitler - acredite, eles existem!
Na verdade, me incomoda a injustiça. Uma injustiça encobrida pela história, pelo cinema, pelos livros e pela hipocrisia, pois nem de longe, a quantidade de judeus mortos se assemelha a de negros durante os séculos de escravidão ou a de índios na América com a chegada dos portugueses e espanhóis. Porque há tantos filmes e lágrimas por causa do povo judeu e nada se fala dos negros e índios? Não justifica o argumento de que a morte de um foi pior do que de outro. Morte, humilhação e violência são sofríveis igualmente em qualquer época, continente ou etnia. O que é pior? Câmara de gás ou açoite até o último suspiro? Dá pra escolher? Falar que a Segunda Guerra é um fato mais recente, também não é nem um pouco sensato. Dizer que o cinema faz isso para que não se repitam os erros do passado, também é uma piada. Além do mais, a piada da loura também seria engraçada se fosse com a morena ou com a ruiva no lugar.
Então, a pergunta é: porque não há tantos filmes, anualmente sendo lançados sobre negros e índios? Quando lançam, por que não há uma publicidade massiva também? Por que não ganham o Oscar? (Na verdade, nem são indicados, pois geralmente são produções de baixo orçamento e etc.). Por que negros e índios não recebem indenizações pelo genocídio também? Por que a morte destes parece tão menor perante a dos judeus, mesmo tendo números incomparavelmente maiores?
Acredito que perante essa rápida análise dos fatos históricos, é possível apenas confirmar dois velhos ditados populares: "dinheiro traz dinheiro" e "a propaganda é a alma do negócio."