terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Divã, será que um dia você vai precisar?


É... vida é isso mesmo: a “arte do encontro, embora haja tantos desencontros...” como diria nosso querido Vinícius (o de Morais). E é justamente por causa dos encontros e desencontros que qualquer dia você vai precisar de um divã. Que não precisa ser necessariamente o modelo formal do psicanalista, que só ouve e não fala nada. Pode ser um ombro de um amigo ou de um desconhecido. Nunca seu marido, ou pai, ou mãe. A verdade é que, depois de tantos desencontros consigo mesmo, você vai acabar descobrindo que não sabe nada e que muitas coisas encobertas ainda hão de ser descobertas. Podem ser descobertas sutis e até fúteis, podem ser profundas, dolorosas e angustiantes. Podem ser deliciosas, adoráveis e excitantes. Tudo isso porque um encontro pode mudar todo o curso da sua vida, ou um desencontro mantê-lo fincado, plantado na mesma realidade. O divã pode ser o seu banheiro, o espelho, pode ser um dedo e até mesmo um travesseiro. Pode ser pago ou pode ser gratuito. Pode te trazer respeito ou até mesmo desespero. Pode te fazer chorar ou rir. Enfim, o divã espera por você.
Existem aquelas pessoas que passam a vida inteira correndo do divã. E ai, passam o tempo todo no desencontro consigo e com a realidade. Talvez por fraqueza, talvez por coragem em aceitar o desencontro e rejeitar o encontro. Na verdade às vezes é confortável evitar o choque.
Enfim... precisar a gente precisa. Mas para uns não custa nada adiar, não é?

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