quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Inquietude, mesmice, casca dura e mais algumas palavras.


Escrever... um tipo de letra... primeiro vou escolher, um tipo de linguagem, um tema ou simplesmente vou escrever. Não porque posso, mas porque quero. E as palavras vão surgindo como que brotando do pensamento. Monto frases. Faço versos.

Falo do que doou (ato de fazer doer em mim mesma) e do que me interessa. Não exerço fingidamente o papel de escritora, apenas escrevo de modo que não agrado só a mim mesma, mas a minha mesmice. Mesmice de domingo, sem eventualidades, fugas, encontros ou tristezas. Apenas mais um.

Mas sinto uma inquietude, que me faz desprender de tudo e de todos, e me concentrar apenas em mim mesma. Uma inquietude do que não tenho e uma melancolia e agradecimento pelo que tenho. Mas é justamente, esta maldita inquietude, que me impulsiona a escrever na ânsia de devorar-me. Inquietude é coisa de menina, de criança. É às vezes acho que sou. Mas a inquietude também está na natureza, na essência humana. Afinal a criança vive em nós, ou melhor, esta na alma. Embora algumas almas já se encontrem tão cimentadas e secas.

Hoje ouvi sobre o amor, sobre a dose medida de liberdade e cuidado que ele exige.

Me peguei pensando nisso, porque às vezes nós abrimos demais, descuidamos. E o amor não é só um, são dois ou três, ou mais. Além disso, excesso de cuidado e falta de liberdade sufocam rapidinho...

Mas o problema maior acontece quando se quer sair da casca, e dar uma espiada no mundo em volta, ao seu redor! Quando se experimenta um pouquinho mais e deixa a casca no jardim. Aí você pode voltar- se quiser voltar – e encontrá-la no mesmo lugar, ou não.

Então...se vamos corremos o risco de ficar sem casca, se ficamos somos mesmice e melancolia. Casca velha e dura.

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