domingo, 30 de janeiro de 2011

Desejo e a Bolsa Amarela


Que droga!

Mais uma vez às vontades.

Me torno dona incontrolável dos meus desejos. Tento sentir com a razão, me controlar para não ir.

- Será que devo?

- O que?

- Controlar, ora!

Não sei o limite da consequência e da inconsequência, do ir ou do ficar. Só sei que quero e não estou conseguindo controlar. Minha bolsa amarela tá que não se aguenta. Ontem, quase que arrebenta. Já remendei a alça várias vezes, mas as pedras... pesam, viu?

Tento pedir ajuda, alguém pra dividir o desejo, os sonhos, mas quem é o outro se não espectador do meu prazer ou desprazer? Alguns se sujeitam a dicas, conselhos e tem mil opiniões a oferecer, mas ai, ai, o desejo é surdo e não quer nem saber. Ele continua preso na bolsa, sem espaço pra nascer, crescendo até uma hora que a bolsa vai romper.

Não sei se vou ou se fico, o problema é que tá dolorido, todo esse agito, esquisito, aqui comigo. Sexta feira eu resolvo, na segunda eu decido, na terça eu desisto e começo tudo de novo.

Tormento dos aflitos é quando um "desejo bonito," se torna sucumbido pela permissão da carteira vazia, desprovido e da alma sem coragem, em busca do desconhecido.

3 comentários:

  1. Que delícia essa literatura! Eu li esse livro há uns 10 anos atrás, e acho muito legal como é retratado o equilíbrio entre liberdade, desejos e limitações.

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