quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Homogeneidade cultural - Parte II

Na periferia, pessoas assistem ao reality show e navegam na internet das lan houses à procura das fofocas sobre os artistas da TV. Na zona sul os burgueses também assistem, mas em high definition. Para saber das fofocas não saem do quarto e com apenas um toque, o iphone acessa o twitter e mostra o dia-a-dia das estrelas.
Nas danceterias do morro dança-se funk. Nas boates frequentadas pelas elites, funk.
Nos ônibus, até mesmo na mão de gente que não está sentada pode-se ver um livro de auto-ajuda que recentemente tornou-se best seller. Nos cyber cafés e praças da zona sul é muito comum encontrar alguém lendo The Secret - isto mesmo, em inglês, para praticar o aprendido no curso de idiomas.
Enquanto marginais assaltam os supermercados, políticos assaltam os cofres públicos. 
Se na escola pública o favelado soca o professor no final da aula - o famoso "te pego na saída" - na universidade particular o playboy esfaqueia o mestre por causa das más notas - "te vejo no inferno".
No Complexo do Alemão fazem "churrasquinho" ou a "acunpultura carioca" (veja aqui). Na zona sul, esquartejam empresários em mil pedaços, queimam índios e espancam empregadas, prostitutas e gays nos pontos de ônibus.
Na escola pública, alunos furtam pertences um dos outros... Na universidade privada também!
Se um caminhão carregado tomba na rodovia, saqueamento da carga. Sempre para um Fusca pra levar um pouquinho... e um Honda Civic também!
Marginais arrombadores. Burgueses hackers
Nem esclarescidos nem ignorantes votam no PT ou no PSDB. Eles votam na Dilma ou no Serra.
No ENEM vaza gabarito e nos concursos públicos de alta remuneração também.
PM e PF, corruptas.
Se as oportunidades, o acesso aos bens de consumo, à educação e à cultura já não podem fazer tanta diferença nos comportamentos dos mais favorecidos, o que é que pode então?
Como diria o seriado mexicano: "Oh! E agora? Quem poderá nos defender?"

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