sexta-feira, 25 de novembro de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Até o próximo inverno da alma.

Já passei por tantas metamorfoses, mas não basta. Agosto é sempre tempo de recolher no casulo. Ainda bem, que vem chegando setembro. Minhas asas estão apertadas na frieza do mês. Vontade louca de voar!
Talvez seja um delírio ou um excesso de lucidez. Impressionante como encaramos a realidade após certa idade. As coisas não se disfarçam mais, se apresentam como e tais são sem piedade ou mediocridade. Só não enxerga quem não tem olhos na alma. Mas, o problema são asas! A gente fica esperando elas crescerem, para depois voar. Esquecemos: as asas são sempre curtas demais e os vôos são altos e longos para quem não tem medo de voar.
Aliás, esperar é sempre um fato tão concreto na vida da gente! Até “Godot” a gente espera. Espera, espera... Mas eu sou tão imprudente! A espera me acorda na esfera da manhã. Tomo tombos, às vezes não sei esperar. Outras, me perco na espera da espera, esperando por um resgate. Nunca chega. Só eu posso romper o casulo, do ciclo, do mês de agosto, dos invernos da vida e instaurar a primavera. Que quando ela chegar, eu esteja pronta, ou quase pronta com minhas antenas. Que minhas asas tenham cores vivas e calorosas. Que eu atraia o amor, a doçura e o perfume. Que eu esteja pronta para voar mais um vez, em direção ao sol, até o próximo inverno da alma.
domingo, 1 de maio de 2011
Entre a vontade e a realidade: um conto de Natal
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Sessão de descarrego
domingo, 30 de janeiro de 2011
Desejo e a Bolsa Amarela

Que droga!
Mais uma vez às vontades.
Me torno dona incontrolável dos meus desejos. Tento sentir com a razão, me controlar para não ir.
- Será que devo?
- O que?
- Controlar, ora!
Não sei o limite da consequência e da inconsequência, do ir ou do ficar. Só sei que quero e não estou conseguindo controlar. Minha bolsa amarela tá que não se aguenta. Ontem, quase que arrebenta. Já remendei a alça várias vezes, mas as pedras... pesam, viu?
Tento pedir ajuda, alguém pra dividir o desejo, os sonhos, mas quem é o outro se não espectador do meu prazer ou desprazer? Alguns se sujeitam a dicas, conselhos e tem mil opiniões a oferecer, mas ai, ai, o desejo é surdo e não quer nem saber. Ele continua preso na bolsa, sem espaço pra nascer, crescendo até uma hora que a bolsa vai romper.
Não sei se vou ou se fico, o problema é que tá dolorido, todo esse agito, esquisito, aqui comigo. Sexta feira eu resolvo, na segunda eu decido, na terça eu desisto e começo tudo de novo.
Tormento dos aflitos é quando um "desejo bonito," se torna sucumbido pela permissão da carteira vazia, desprovido e da alma sem coragem, em busca do desconhecido.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Primeiros aforismos
Para os gregos, Deus estava no Olimpo - uma alta montanha da Grécia. Mas um belo dia, o homem escalou o Olimpo. Jesus desmentiu os gregos e disse que “Nosso Senhor” está no céu. Galileu e Copérnico surgiram séculos depois e expulsaram-no de lá através de seus estudos. Bem adiante, foi a vez de Darwin provar-nos que não fomos criados à imagem e semelhança de Deus como imaginávamos, a não ser que Ele seja um primata. O discurso se modernizou e a igreja nos conscientizou de que Deus, na verdade, está "dentro de nós". Freud, por sua vez, com a descoberta do inconsciente, expulsou Deus de dentro de nós também. Mais recentemente, o atual Papa disse que Deus foi responsável pelo Big Bang e que o Gênesis é uma alegoria. Acredito que Deus agora está no limbo, lá no início de tudo, onde a ciência talvez nunca alcance. A atitude do Papa foi emergencial e necessária para assegurar a "existência" do “Todo-poderoso”.
O que as pessoas chamam de “sonho” deve ser sempre algo irrealizável ou, no mínimo, remotamente realizável. Do contrário, é melhor chamar de meta, objetivo ou plano. Isso talvez possa, prática e psicologicamente, encurtar a distância entre o desejo e a realização.
Conforme Hans Kelsen, uma norma sem coercitividade não pode atingir sua eficácia. Da mesma maneira devemos entender o demônio e o inferno dentro dos planos divinos. O que seria de Deus sem eles? Podemos inferir então que o inferno não pode ser aqui como muitos pensam. Senão, onde residirá a coerção divina?
Quando há rumores de que algum pastor está usando a arrecadação da igreja em benefício próprio, os fiéis não se enfurecem e nem precisam disso. Eles têm a convicção de que, se o pastor está fazendo isso, Deus o castigará. E por isso, nenhum deles deixará de pagar os dízimos seguintes. O dinheiro é para Deus e Ele sabe o que fazer e como punir quem pratica o furto. O mesmo não acontece quando o caso deixa de ser furto e passa a ser homossexualismo, aborto, drogas, alcoolismo, adultério, entre outros. Pela atitude da maioria dos evangélicos frente a estes problemas, concluo que o Deus deles só saiba punir sem interferência de terceiros os casos de furto.
Durante a vida, uma pessoa comum vive solteira por apenas três motivos:
1 - Por opção: ela deseja estar solteira.
2 - Por incompetência: ela não consegue segurar e nem administrar os relacionamentos que inicia ou não sabe bem como iniciá-los.
3 - Por arrogância: a pessoa se acha tão especial que ninguém serve para ela. Ninguém está ao seu nível.
Conclusão: se você tem saúde, está solteiro, buscando alguém para se relacionar e, depois de várias tentativas nada funcionou, seja mais humilde e inteligente para compreender as pessoas. Assim seu objetivo será alcançado.
A fé atua onde a ciência falha. Ela é a opção daqueles que não conseguem conviver com a dúvida e com o fato de que a ciência nunca resolverá todos os conflitos humanos (e nem é este o objetivo dela). Com isso, a fé acaba cunhando respostas improváveis e ilógicas que não explicam nada. Mas tudo bem. Elas cumprem bem a função de preencher as lacunas da ciência.
Se alguém lhe elogia a beleza você pode, como muitos, dizer: "são seus olhos". Ou simplesmente: "obrigado". Geralmente a resposta irá variar conforme a autoestima de quem recebe o elogio.
A modéstia cabe muito bem nas situações em que você não está seguro sobre aquilo que está falando. Do contrário, ela não serve para absolutamente nada!
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
A lição de Richard Dawkins
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
A VIDA CRUZA CAMINHOS

Durante a viagem parece aquela placa: “Pare, olhe, escute, cuidado ao atravessar”. Bate uma dúvida cruel, vou ou não vou? Todo mundo já se deparou com essa placa, pelo menos uma vez na vida. Muita gente já parou muitas vezes e tem gente que nem para, segue direto sem ver os sinais. Isso porque em alguns momentos estamos surdos e cegos. A verdade é que cada um faz as suas escolhas, errando ou acertando. Isso é a vida!!!
O combustível dessa viagem é a nossa motivação, nosso desejo de chegar depois da montanha. São os momentos de alegria, de prazer, as dores e decepções que nos fazem partir e dar a largada novamente. É preciso deixar as “estações” para trás e seguir em frente. Nas janelas dos vagões muita história vai se acumulando na nossa memória. São paisagens de dias quentes, calorosos, são paisagens de dias difíceis chuvosos. São primaveras e flores, são vendavais e tempestades.
Em algumas estações passageiros saem e novos adentram na nossa locomotiva, trazendo suas bagagens cheias de sonhos, amores, decepções e desejos. Esses passageiros são deliciosas surpresas que encantam e direcionam nossa viagem. Afinal, quantas vezes mudamos nossa direção, mudamos o rumo só para seguir mais um pouquinho com quem a gente ama? Isso é a melhor parte da viagem: cortar caminhos, conhecer pessoas, cidades, novas paisagens.
Outra coisa nessa viagem é quando saímos do trilho. Dá um trabalho, um frio na barriga! Mas é preciso correr riscos. Viver aventuras, explorar, experimentar e saber a hora certa de engatar de novo.
Então a locomotiva segue. É hora de dizer: Boa viagem! Até a próxima parada, a gente se encontra por ai.
Foto: by Tatiane Martins - www.flickr.com/photos/tatianemartins/